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Muito Trabalho!

 

A BATATAS Team apoia incondicionalmente o candidato vieira na sua corrida ao trono dos plebeus empalhaçados de Lisboa...

Descobri-mos nos seus pensamentos uma crónica aonde ele refere o Major Ernesto BATATA, sendo que a crítica da especialidade já apurou que é a pseudo visão futurista do nosso querido BATATAS!

 

A República Submarina da Barra do Tejo

Os intervalos publicitários tinham-me permitido marcar um lugar no circo romano para o espectáculo nocturno: a luta desigual de um condenado por fraude fiscal contra uma alcateia de esfomeadas ratazanas de Mafra, seguida de um duelo de seringas com os mais rápidos e mortais vírus desenvolvidos pelos cientistas das televisões de maneira a que não se propagassem ao público



A guerra tem de ser ganha, disse o Major Ernesto Batata, almirante geral da barra, enquanto se afundava na sua própria baba. Os petroleiros aproximavam-se cada vez mais, quais rotweilers, negros e maciços, numa matilha cheirando a fraqueza da presa, cada vez mais confiante. O Tejo eriçava-se em poeira de carvão e os habitantes e turistas seguiam preguiçosamente os confrontos da praia flutuante do Terreiro do Paço, rodeada pelas sete ilhas da cidade aquática da Confederação de Lisbon, ocasionalmente ensombrados pelas nuvens negras de trotil.

Eu continuava a ouvir as derradeiras palavras do Major Batata enquanto ordenava ordens desconexas, mescladas de palavras ternas para com as suas baratas de estimação, que nunca o abandonariam. Os helicópteros das três estações de televisão envolvidas aproximavam-se perigosamente do navio almirante, o couraça do Bussaco, como moscardos papparazzis, esperando febrilmente o fim da guerra (pontualmente às sete e quarenta e cinco).

Os intervalos publicitários tinham-me permitido marcar um lugar no circo romano para o espectáculo nocturno: a luta desigual de um condenado por fraude fiscal contra uma alcateia de esfomeadas ratazanas de Mafra, seguida de um duelo de seringas com os mais rápidos e mortais vírus desenvolvidos pelos cientistas das televisões de maneira a que não se propagassem ao público, que estaria sempre seguro, à excepção, é claro, dos sorteados especiais (para reis por um dia ou uma semana) e o sorteado especial para o suplício mortal-surpresa da noite.

Estava também especialmente interessado em ver o animado festivel de misses mutantes. (Tenho um fraco por garotas mutantes.)

Quando vi que o couraçado estava mesmo resolvido a mergulhar nos abismos do Tejo deixei o velho almirante geral da barra entregue à sua sorte. Os habitantes da cidade submarina que se ocupassem com este caso. Com efeito, eu tinha sido contratado pelo consórcio da Teleconstrução, uma respeitável firma de TV e construção civil, para convencer o velho major a afundar o couraçado precisamente por cima da Assembleia da República Submarina da Barra do Tejo e para lixar o escudo de água aos auto-denominados Atlantes, descendentes dos primitivos mergulhadores-caçadores de tesouros, depois da imersão da parte baixa da cidade.

O espectáculo-guerra foi de qualquer maneira bastante giro, naquele domingo, pois na altura precisa em que se afundava o velho Bussaco dois enormes petroleiros regurgitantes de fúria simiesca chocaram um contra o outro no preciso momento e local em que este se afundava.

Tinha sido um dia de boas audiências para as televisões guerreiras. As audiências tinham mesmo ultrapassado as das matinés de palhaços pedófilos estranguladores. Mas a T.V. Zé continuava à frente das outras duas. Dizem que em razão dos apresentadores mutantes. Mutantes uma ova! São tão mutantes como eu! Aquilo é tudo cirurgia plástica!

Estava eu imerso nestes pensamentos quando, apesar do meu salva-vidas, dei por mim a afundar-me a pique, levado pelo redemoinho do couraçado, enquanto quase cegava com as explosões dos dois petroleiros à superfície. Instintivamente levei à boca o tubo de oxigénio. Tinha que esperar para voltar à superfície. Descia nos escavacados e abissais fundões causados pelos areeiros, para uma cota inferior à da cidade- bolha, que no entanto irradiava uma luz que me permitia a visibilidade.

De repente, aquilo que parecia o destroço de uma estátua colossal. A custo, consegui ler a inscrição em português (língua desaparecida há alguns séculos): "A Manuel Vieira presidente da Câmara de Lisboa, pela população agradecida desta cidade".

 

Um Produto da Inteligência PEnSo Web Machine. PEnSado numa Noite chuvosa de Março de 2001.

Ultima actualização em sábado, 07 de Abril de 2001 .

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